Quatro em cada cinco Pernambucanos passarão o Carnaval com dívidas acumuladas, aponta Fecomércio Pernambuco 

 

O levantamento revelou que, dos 82,4% das famílias endividadas, 14,7% não conseguiram liquidar suas obrigações no primeiro mês do ano

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), de janeiro de 2024,  conduzida pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), recebeu um recorte local pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), revelando que 82,4% das famílias Pernambucanas estavam endividadas, 30,6% enfrentavam contas em atraso e 14,7% não podiam pagar suas dívidas. O cartão de crédito representava 92,2% das dívidas, seguido por carnês (29,4%) e crédito pessoal (6,7%). O atraso médio no pagamento era de 58 dias, comprometendo 30,8% da renda.

A pesquisa destacou diferenças marcantes entre famílias com renda até 10 salários-mínimos e com renda superior a 10 salários-mínimos. Enquanto 33% das famílias de menor renda relativa tinham dívidas em atraso, apenas 5% das famílias mais abastadas estavam nessa situação.

Tais disparidades refletem desigualdades econômicas, limitando o acesso ao crédito para famílias de menor poder aquisitivo. Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE, destaca a importância do “acesso equitativo a oportunidades econômicas para mitigar essas disparidades e promover um desenvolvimento mais inclusivo”.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca o aspecto nacional da Peic de janeiro, a qual mostra um cenário positivo para 2024. “As pessoas estão conseguindo, aos poucos, quitar suas dívidas para contrair outras e adquirir novos produtos, planejar viagens, enfim, voltar a consumir com mais fôlego”, avalia o presidente. Segundo Tadros, as projeções da Confederação apontam que 2024 deve continuar, gradualmente, com aumento do endividamento e redução das famílias inadimplentes.

Sobre a pesquisa:

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foi publicada na quinta-feira (01/02). A pesquisa ganhou um recorte especial para o estado de Pernambuco, feito pela Fecomércio-PE.

A PEIC considera que o endividamento das famílias se refere a contas ou despesas contraídas com cartão de crédito, cheques pré-datados, carnês de lojas, empréstimo pessoal, compra de imóveis, prestações de carros e seguros. Na pesquisa, as estimativas também diferenciam dois grupos de renda: famílias com renda de até 10 salários mínimos e famílias com renda superior a esse patamar. O objetivo da pesquisa é diagnosticar o nível de endividamento e inadimplência do consumidor. Também são apurados o percentual de inadimplentes, a intenção de pagar dívidas em atraso e o nível de comprometimento da renda.

A PEIC define, ainda, que a potencial inadimplência é a expectativa dos devedores de não pagarem suas dívidas no mês subsequente ao levantamento. Já o atraso no pagamento (inadimplência) é o ato de não cumprir efetivamente os compromissos assumidos com o endividamento.

A pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dívidas e sua relação com a capacidade de pagamento, informações importantes para a tomada de decisão dos empresários do comércio. Quando a inadimplência ocorre, é comum observar uma desaceleração no consumo, o que afeta, principalmente, pequenas empresas do setor de comércio e serviços.

Luis Souza-Assessoria de Imprensa

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