Animais domésticos e selvagens podem ser afetados fisiologicamente e psicologicamente por fogos de artifício ruidosos

Algumas espécies usam a audição como mecanismo de defesa e os estampidos são vistos como um sinal de alerta

Apesar de muitas pessoas apreciarem e associarem os fogos de artifício a momentos de felicidade e celebração, como na virada de ano, por exemplo, o barulho e o brilho gerados causam inquietação para diversas espécies de animais. Muitas têm sensibilidade auditiva como mecanismo de defesa, já que ruídos inesperados e altos são vistos como sinais de alerta. Alguns animais domésticos, como cães, gatos, cavalos e suínos, são mais sensíveis às reações por estarem em contato direto com os humanos. No entanto, a sensibilidade a ruídos de alta frequência também impacta significativamente os animais selvagens, causando prejuízos consideravelmente maiores.

Os efeitos que podem ser causados são diretamente proporcionais ao ruído e à duração dos estampidos, podendo até mesmo resultar na morte de alguns animais, seja de maneira direta ou indireta, devido a reações fisiológicas e psicológicas. Essas reações podem ocorrer imediatamente após os ruídos ou mais tarde, de acordo com as particularidades fisiológicas e comportamentais dos animais.

“Em momentos de barulho excessivo e repentino, como os fogos de artifício, os animais têm uma diminuição do bem-estar e ficam mais agressivos ou retraídos. Alguns podem até sofrer convulsões. No desespero, outra reação é a fuga. Os donos devem ficar atentos ao ato de pular de janelas altas, grande perigo que pode resultar em machucados ou até mesmo chegar ao óbito dos animais. Com o passar do tempo, os animais mais suscetíveis ainda sofrem com baixas na imunidade, doenças cardíacas e até problemas no metabolismo”, explica a coordenadora e professora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Vanessa Lima.

Os animais expostos aos fogos de artifícios ruidosos podem apresentar aumento da frequência cardíaca, dilatação da pupila, tremores, salivação excessiva, respiração ofegante, diarreia temporária, urinar ou defecar involuntariamente. Também pode haver alterações no metabolismo da glicose, dos níveis de adrenalina, noradrenalina e cortisol.

Para curtir as festas de final de ano de forma mais segura, a especialista dá dicas. “Apesar de ser difícil nessa época, o ideal é que a festividade seja em um local tranquilo quando se refere a barulho de fogos. Quem for deixar o pet em casa, o conselho é não deixar sozinho, e sim com alguém que o animal já tenha um certo convívio e confiança. Outra dica é colocar camisetas neles ou casaquinhos, ou até mesmo um pedaço de tecido com amarração, porque é comprovado cientificamente que isso gera uma sensação de bem-estar, proteção e tranquilidade para os animais”, explica Vanessa.

Mas não só nos animais não racionais esses danos são observados. A poluição sonora é reconhecida como prejudicial a todos os humanos. No caso dos fogos, há várias pessoas com hipersensibilidade auditiva. As pessoas com autismo, os recém-nascidos, os idosos, os enfermos acamados precisam de silêncio e repouso, e os fogos interrompem este estado de forma abrupta. Como alternativa benéfica, não é necessário acabar com o brilho das festas provocado pelo uso de fogos de artifício, mas pode optar por tecnologias silenciosas como luzes, projeções artísticas, jogo de drone.

 

 

Assessoria de Imprensa

Alyne Monyque

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