Psicóloga alerta para os impactos silenciosos do divórcio na vida emocional das mulheres
Separar-se de um casamento envolve mais do que dividir bens ou redefinir a rotina. Para muitas mulheres, o divórcio representa o início de uma jornada de reconstrução marcada por perdas emocionais, impactos financeiros e uma sobrecarga afetiva que costuma passar despercebida. Enquanto lidam com o próprio luto da separação, muitas seguem sendo o pilar emocional dos filhos, sem parar para cuidar de si mesmas.
Segundo a psicóloga clínica, orientadora parental e especialista em coparentalidade, Erika Farias – também autora do livro Além da Separação -, essa realidade é comum, mas ainda pouco discutida. “A mulher que se separa muitas vezes precisa lidar com uma queda brusca no padrão de vida, recomeçar profissionalmente e, ao mesmo tempo, manter o equilíbrio emocional dos filhos. Isso tudo enquanto enfrenta julgamentos, solidão e a pressão para ‘dar conta de tudo”, esclarece.
A psicóloga ressalta ainda que esse acúmulo de responsabilidades pode gerar quadros de ansiedade, depressão e exaustão. “É como se ela tivesse que provar o tempo todo que é forte, capaz e que seus filhos estão bem — mesmo quando está emocionalmente devastada”, pontua. A chamada carga mental materna se intensifica no pós-divórcio, especialmente em casos em que não há divisão real de responsabilidades com o outro genitor.
Ao mesmo tempo em que vivenciam seus próprios sentimentos sobre a separação, as crianças e adolescentes buscam na mãe estabilidade e segurança emocional. “Elas muitas vezes se tornam o ponto de apoio afetivo dos filhos, mesmo quando estão fragilizadas. Essa inversão pode ser perigosa e reforça a necessidade de apoio psicológico para ambos”, explica a especialista.
Rede de apoio – Para a psicóloga, é urgente ampliar o debate sobre os impactos emocionais do divórcio na vida das mulheres. “Romper com a ideia de que a mãe precisa dar conta de tudo sozinha é o primeiro passo. Terapia, grupos de apoio, suporte familiar e o acolhimento por profissionais são ferramentas fundamentais nesse processo”, afirma.
Ela finaliza com um alerta: “Cuidar de si mesma não é egoísmo, é sobrevivência. Só uma mulher emocionalmente assistida consegue, de fato, ser um porto seguro para seus filhos”, conclui.
SERVIÇO
Psicóloga clínica, orientadora parental e especialista em coparentalidade, Erika Farias
Instagram: @erikafariaspsi
Erika Farias –Divulgação
Assessoria de Imprensa
Patrícia França