Delegado Cláudio Castro se despede da Polícia Civil: um guerreiro do GOE, do Sertão ao Recife
No apagar das luzes de uma carreira que cruzou sertões e arranha-céus, o delegado Cláudio Castro, referência no combate ao crime organizado em Pernambuco, anunciou sua aposentadoria oficial no dia 1º de agosto de 2025. Foram mais de 30 anos de uma trajetória marcada por coragem, inteligência investigativa e compromisso público.
Do Sertão ao Litoral, Castro deixou marcas por onde passou — e uma delas está viva na memória dos moradores de Afogados da Ingazeira, no coração do Pajeú. Foi ali, nos anos 90, ainda jovem delegado, que ele comandou operações decisivas, enfrentando o crime quando o aparato estatal era precário, o rádio comunicador era luxo e o apoio vinha, muitas vezes, da própria população. Quem viveu aquela época lembra: era comum ver o delegado caminhando nas feiras, ouvindo o povo, com olhar atento e semblante firme. Era policial, mas era também cidadão.
Uma lenda viva do GOE
Ao longo das décadas seguintes, Castro se tornou sinônimo de ação. No Grupo de Operações Especiais (GOE), onde atuou por dez anos — sendo oito como delegado titular —, ganhou prestígio como um dos quadros mais operacionais da Polícia Civil de Pernambuco. Participou de dezenas de operações de alto risco.
Seu nome virou referência nos corredores da delegacia e nas redações dos jornais — sempre citado como aquele delegado que ia para a rua, que entrava nas favelas e que chefiava pessoalmente as investigações.
Reconhecimentos e legado
O reconhecimento veio não só da população, mas também da Assembleia Legislativa de Pernambuco, que lhe prestou homenagem formal. Suas entrevistas à imprensa sempre foram firmes, sem alardes: um misto de técnica e humanidade, que transmitia segurança sem perder a humildade.
Agora, aposentado, Cláudio Castro deixa para trás uma geração inteira de policiais formados sob sua liderança. Mas, acima de tudo, deixa o exemplo: o de quem enfrentou o crime de frente, sem ceder a pressões políticas, sem desviar do propósito.
Ao Secretário do POVO disse o delegado “servo de Deus, que me deu a missão nobre de cuidar, zelar e proteger a sociedade. Combater o bom combate. Perseverar na busca de uma sociedade justa e ordeira. Como servidor público procurei servir com dignidade, critério e humanidade.”
De volta às raízes
Em Afogados da Ingazeira, ele é lembrado por ter comandado operações emblemáticas contra o crime, combateu inclusive os maus tratos aos animais, e até hoje é lembrado pela população, só faltou o título de cidadão da cidade que tem declarado seu amor abertamente. No Recife, é reverenciado pelos colegas do GOE como um dos mais técnicos e leais da corporação.
Ao pendurar o distintivo, Cláudio Castro deixa a vida de ação com a mesma firmeza com que a exerceu: em silêncio, com honra, mas com o respeito de todos. Um servidor que, em tempos tão difíceis para a segurança pública, nunca fugiu da missão.