Restauração da democracia: 21 obras retornam ao Palácio Planalto
Vinte das obras foram restauradas num laboratório montado no Palácio da Alvorada por profissionais que dedicaram mais de 1.760 horas de trabalho, num acordo de cooperação técnica que envolveu a Universidade Federal de Pelotas, o Iphan e a Universidade de Brasília (UnB). O relógio foi restaurado a partir de parceria com o governo suíço, numa empreitada que exigiu mais de mil horas de dedicação minuciosa.
ESFORÇO COLETIVO – A primeira-dama, Janja Lula da Silva, ressaltou o esforço coletivo de restaurar tanto a infraestrutura dos palácios, pelos servidores, quanto valores e memória que representam o compromisso do povo brasileiro com a democracia. “Isso foi expresso pelas lágrimas das trabalhadoras e trabalhadores do Palácio do Planalto, após verem o espaço que cuidam com tanto afeto, amor e dedicação, ser tratado de uma forma tão desumana. Aquelas lágrimas, hoje, se transformam em sorrisos pela certeza de que mantivemos a democracia firme. A arte, em suas diferentes formas, é uma ferramenta necessária para manter viva nossa memória e a história de nosso país”, afirmou.
TRABALHO ÁRDUO — Cerca de 50 profissionais estiveram diretamente envolvidos, incluindo 12 professores, quatro técnicos e 14 alunos de graduação da UFPel, além de três alunos e dois professores da UnB, e cinco conservadores-restauradores especializados, com a colaboração de profissionais da área de fotografia e audiovisual. “Não foi uma tarefa fácil. A atuação da UFPel na restauração é exemplo de como essas instituições podem mobilizar recursos e expertise para responder a crises e ajudar na reconstrução de bens importantes para a nação. A possibilidade de colocar servidores, docentes, técnicos e, principalmente, estudantes à disposição e em defesa da democracia, o papel fundamental das nossas instituições públicas de ensino superior”, afirmou a reitora da Universidade de Pelotas, Isabela Andrade.
RELÓGIO — Uma das obras mais antigas do acervo da Presidência é o relógio de mesa fabricado por Balthazar Martinot e André Boulle. Sem custos para o Governo Federal, ele foi restaurado por um Acordo de Cooperação Técnica com a Embaixada da Suíça. Ele foi enviado ao país europeu e, em menos de 12 meses, retornou integralmente restaurado. A empresa responsável pela restauração foi a Audermars Piguet. “A Suíça está orgulhosa de ter contribuído aos esforços do Brasil para restaurar o patrimônio histórico de todas e todos os brasileiros. Nós estamos convencidos da importância de proteger o patrimônio cultural e artístico, que formam a identidade do país, assim como a história e os nossos valores comuns. Eu acho que é fundamental valorizar e cuidar das nossas relações, da nossa amizade, dos nossos direitos, direitos humanos e das nossas democracias, que são delicadas e, ao mesmo tempo, resilientes, como esse relógio que retorna agora ao país”, disse o embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri.
RESISTÊNCIA – Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a realização das oficinas foi uma das grandes entregas. “Elas não apenas transmitem a ligação entre cultura, memória e arte, mas reforçam o verdadeiro significado da democracia para os jovens. Ninguém pode domar nem amordaçar as expressões culturais e artísticas. A cultura resistiu”, pontuou.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República