Estudo revela redução drástica na população global de tubarões de recife, segundo reportagem do jornal O Globo
Uma pesquisa realizada em 67 países, incluindo o Brasil, revelou que as populações de cinco espécies de tubarões de recifes de corais diminuíram entre 60% e 73%, de acordo com uma reportagem publicada no jornal O Globo assinada pelo jornalista Rafael Garcia. O estudo, que utilizou câmeras subaquáticas para monitorar as águas, aponta a pesca predatória como a provável causa desse declínio preocupante.
Com a diminuição dos tubarões, as arraias estão assumindo o papel de predadoras principais nos habitats de recife, desequilibrando o ecossistema. Essa mudança afeta os estoques de peixes, moluscos e crustáceos de importância econômica, que dependem dos recifes para reprodução e crescimento.
A pesquisa global sobre os tubarões de recife foi resultado de um esforço significativo, com mais de 22 mil horas de vídeo e mapeamento de populações em 391 conjuntos de recifes ao redor do mundo. Os resultados, publicados hoje na revista Science e destacados pelo jornal O Globo, ressaltam a necessidade de enfrentar as pressões que estão levando à perda de diversidade de tubarões.
Os pesquisadores alertam que se as ameaças não forem abordadas, a perda de espécies, funções ecológicas e serviços ecossistêmicos essenciais para o sustento de milhões de pessoas continuará. O estudo, liderado pelo biólogo Colin Simpfendorfer, da Universidade James Cook, na Austrália, desenvolveu um método para estimar os tamanhos originais das populações de tubarões, dada a falta de dados históricos.
Ao estabelecer uma relação entre o número de tubarões observados nos vídeos, a proteção das áreas marinhas onde eles habitavam e a distância de influências humanas, como cidades e rotas comerciais, os cientistas puderam estimar a linha de base das populações desses animais. O estudo, assinado por 154 cientistas, destaca a importância de proteger essas espécies e tomar medidas para preservar o equilíbrio ecológico dos recifes de coral em todo o mundo.